segunda-feira, 9 de junho de 2008

TRABALHO DE CAMPO

A cultura cigana é muito forte em Campinas. Não existe estimativa de quantas famílias vivem na cidade, mas bairros como Taquaral e Jardim Eulina são conhecidos por abrigar diversas famílias.
É no bairro Jardim Eulina que está localizada a Igreja Assembléia de Deus comunidade cigana. Esta é uma igreja evangélica voltada somente para a comunidade. Lá eles se reúnem duas vezes por semana para realizar cultos que unem famílias de tradição cigana.












A IGREJA
A igreja existe desde 24 de setembro de 1991 e de acordo com o pastor Jorge Ramos Aristides (líder cigano), ela surgiu pela vontade de Deus. “O povo cigano foi evangelizado por missionários que vieram da França e da Itália, para trazer a palavra de Deus para nós”. A igreja de Campinas foi a primeira a se desenvolver para uma comunidade cigana no Brasil, logo após foram fundadas em outras cidades do país.
Hoje, a Assembléia de Deus, comunidade cigana está presente em 52 países. E o fator que liga os ciganos ao cristianismo é espiritual, na igreja de Campinas fazem parte 550 membros e ela é a única da cidade.

TRADIÇÃO
Os ciganos dão muito valor às suas origens, isso está comprovado no fato da perpetuação das boas tradições. Todos os cultos da Assembléia de Deus comunidade cigana são realizados em romanês (língua nativa do povo cigano). Apesar de lerem a bíblia em português, eles cantam músicas (louvores) e os pastores pregam a palavra de deus em sua própria língua.
Entre as famílias também só é falado esse idioma e segundo Jorge Aristides é para conservar a cultura, afinal não existe escola de romanês as crianças aprendem com seus pais e essa tradição é passada em casa.
Além da língua, os ciganos também preservam os bons costumes de sua cultura, como: o respeito pelos idosos, o casamento entre a comunidade, casa-se virgem e é pago o dote em moedas de ouro (libra esterlina).


terça-feira, 3 de junho de 2008

Crenças

Um fato que chama a atenção para a provável origem indiana do povo cigano, é a santa por quem tem devoção, chamada Santa Sara Kali.Ela distribui bençãos ao povo, patrocina a família, os acampamentos, os alimentos e também tem força destruidora, aniquilando os poderes negativos e os malefícios que possam assolar a nação cigana. A santa venerada possui a pele negra, daí ser conhecida como Sara Kali, a negra, seu mistério envolveo das "virgens negras", que na iconografia cristãrepresenta a figura de Sara, a serva (de origem núbia)que teria acompanhado astrês MariasJacobina, Salomé e Madalena, e, junto com José de Arimatéia fugido da Palestina numa pequena barca, transportando o Santo Graal, que seria levado por elas para um mosteiro da antiga Bretanha. Diz o mito que a barca teria perdido o rumo durante o trajeto e atrancado no porto no porto de Camargueas margens do Mediterrâneo que ficou conhecido como "Saints de La Mer" Quase todos são devotos de Santa Sara, reverenciada nos dias 24 e 25 de maio, em procissões que lotam as margens do Mediterrâneo Lês Saints Maries de La Mer, em Camargue, no Sul da França. Através de uma longa noite de vigília e oração, pelos ciganos espalhados no mundo todo, com candeias de velas azuis, flores e vestes coloridas, muita música e muita dança, cujo simbolismo religioso representa o processo de purificação e renovação da natureza e o eterno "retorno dos tempos" .
Fonte:www.salves.com.br

domingo, 1 de junho de 2008

Casamento Cigano

No casamento tende-se a escolher o cônjuge dentro do próprio grupo ou subgrupo, com notáveis vantagens econômicas. A importância do dote é fundamental especialmente para os Rom; no grupo dos Sintos se tende a realizar o casamento através da fuga e conseqüente regularização.
Desde pequenas, as meninas ciganas costumam ser prometidas em casamento. Os acertos normalmente são feitos pelos pais dos noivos, que decidem unir suas famílias. O casamento é uma das tradições mais preservadas entre os ciganos, representa a continuidade da raça, por isso o casamento com os não ciganos não é permitido em hipótese alguma. Quando isso acontece a pessoa é excluída do grupo (embora um cigano possa casar-se com uma gadjí, isto é, uma mulher não cigana, a qual deverá porém submeter-se às regras e às tradições ciganas).
É pelo casamento que os ciganos entram no mundo dos adultos. Os noivos não podem Ter nenhum tipo de intimidade antes do casamento. A grande maioria dos ciganos no Brasil, ainda exigem a virgindade da noiva. A noiva deve comprovar a virgindade através da mancha de sangue do lençol que é mostrada a todos no dia seguinte. Caso a noiva não seja virgem, ela pode ser devolvida para os pais e esses terão que pagar uma indenização para os pais do noivo. No caso da noiva ser virgem, na manhã seguinte do casamento ela se veste com uma roupa tradicional colorida e um lenço na cabeça, simbolizando que é uma mulher casada.
Durante a festa de casamento, os convidados homens, sentam ao redor de uma mesa no chão e com um pão grande sem miolo, recebem dos os presentes dos noivos em dinheiro ou em ouro. Estes são colocados dentro do pão ao mesmo tempo em que os noivos são abençoados. Em troca recebem lenços e flores artificiais para a mulheres. Geralmente a noiva é paga aos pais em moedas de ouro, a quantidade é definida pelo pai da noiva.
Em alguns clãs o punhal é usado na cerimônia cigana de noivado e casamento, onde é feito um corte nos pulsos dos noivos, em seguida o pulsos são amarrados em um lenço vermelho, representando a união de duas vidas em uma só.

O primeiro dia

Algumas particularidades distinguem e dão a um casamento cigano o seu caráter específico. A festa de casamento é prevista para durar de dois a vários dias, reunindo ciganos de todas as partes do país, e mesmo do exterior, pois os convites são dirigidos aos membros da comunidade em geral.
As despesas das festas de noivado e de casamento, incluindo sua organização e o vestido de noiva, são de responsabilidade da família do noivo. Os preparativos do banquete de casamento ocorrem na residência dos pais dos noivos. Num esforço comunitário, com a participação dos parentes mais próximos do noivo - homens e mulheres envolvidos - são preparados os pratos típicos da festa.
No dia do casamento na igreja, antes de todos partirem para a cerimônia, ocorre uma seqüência de eventos na casa da noiva. Ela já está pronta, vestida de branco, quando chega a família do noivo, dançando ao som de músicas ciganas.
Na sala de jantar, onde já está disposta a mesa com diversas comidas e bebidas, os homens se sentam. De um lado da mesa, a família do noivo. Do outro, a da noiva. A conversa acontece em romani, as mulheres permanecem à volta. É simulada uma negociação - a compra ritual da noiva. Moedas de ouro trocam de mãos. Em seguida, abrem uma garrafa de bebida, envolvida em um pano vermelho bordado, que os homens à mesa bebem – a proska .
Surge então a noiva, vestida de branco, pronta para a Igreja. Mais música e agora a noiva dança com o padrinho, ainda na sala de jantar/estar. Em seguida, todos saem para se dirigirem à igreja. O cortejo com as famílias seguindo, e apenas o noivo não estava presente, pois aguarda na igreja. Lá, a cerimônia é convencional, exceto pelos trajes dos convidados e padrinhos vestidos com as tradicionais roupas ciganas, e a profusão de jóias. Apenas algumas dezenas de convidados compareceram à cerimônia religiosa, considerada mais íntima.
O momento seguinte do casamento ocorre no acampamento onde um conjunto garante a animação musical da festa. Desde o início, danças em círculo e uma bandeira vermelha com o nome dos noivos. Os convidados vão chegando aos poucos, juntando-se às danças, enquanto duas grandes mesas, são arrumadas. No banquete, homens e mulheres ficarão separados, em lados opostos.
A festa vai chegando ao fim quando a noiva a deixa, juntamente com a família do noivo, à qual passa a pertencer. Entre a festa do primeiro dia e a que ocorrerá no dia seguinte, há a noite de núpcias do casal.

O segundo dia

A festa começa novamente no dia seguinte, agora na casa dos pais do noivo, onde o casal passa a residir. O banquete continua - agora para um número menor de convidados. No lugar do branco do dia anterior, o vermelho se sobressai na festa - nos cravos, usados pelos convidados, na decoração, na bandeira, nas roupas da noiva. Esta, recebe cada convidado, junto a uma bacia com água de onde tira cravos vermelhos, para oferecer-lhes. Em troca, recebe notas de dinheiro, geralmente de pequeno valor.
A continuação da festa de casamento, depois do primeiro dia, será toda voltada para a noiva, que é agora, uma mulher casada.